quinta-feira, 10 de julho de 2008

Enquanto espero...


Espero por ele no banco do jardim.
Mais um dia.
Tem sido acto repetido.
Todos os dias.
Números trocados, linhas que se descruzam, tanta tecnologia para aproximar as pessoas e eu mais não faço do que esperar!
Desencontros, e até o motor de um carro que o fez atrasar, são contornos desta espera.
Distraio-me com a uma enorme barriga de um senhor encalorado que teima em levantar a camisola enquanto atravessa o jardim.
São segundos de desvio no meu propósito: esperar por ele.
Dou-me conta que a espera é um exercício diário, apenas interrompido por momentos inesperados que nos desviam o olhar, as atenções.
São os acasos do dia que servem para contar a história, e não as horas iguais a todos os dias, em que esperamos que a noite chegue para recomeçar tudo outra vez.
Quando contar mais logo, direi que estive mais uma vez à espera dele, como tenho feito todos os dias, mas o que vai ficar, é o momento em que me distraí e escrevi estes disparates.
Espero, e o dia corre.
A tarde quente, ainda bem.
Ele cumpriu e apareceu.
Era o Gomo, simpático e disponível, e ainda bem que tive de esperar por ele...

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